Local: Auditório (Faculdade de Arquitetura)
Resumo: Mesa Temática em homenagem a Alberto Guerreiro Ramos, sociólogo, político e jornalista, baiano, negro e santamarense, que, vivo fosse, estaria vivendo seu centenário. Autor de vasta, profícua, polêmica e respeitada obra de sociologia e política, ele foi professor da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e dos cursos de sociologia e economia realizados pelo DASP. Foi professor visitante da UFSC e da Universidade de Paris. Fez conferências na China e na URSS e tem obras publicadas em espanhol, inglês, francês e japonês. Deputado federal em 1963, foi cassado pelo Ato Institucional nº 1, em abril de 1964. Exilou-se nos EUA, onde ensinou nas Universidades do Sul da Califórnia, Yale e Wesleyan e veio a falecer em 1982. Iniciou seus estudos de Ciências Sociais em 1939, na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Lá, formou-se em Ciências Sociais em 1942 e em Direito em 1943. Como jornalista, escreveu para O Imparcial (Bahia) Última Hora, Diário de Notícias e O Quilombo (Rio de Janeiro), e para O Diário (Minas Gerais). Guerreiro Ramos era neto de uma escrava angolana, tendo seu pai nascido em 1873, ainda na vigência da escravidão. Filho de Santo Amaro da Purificação, segundo seu filho, ele fazia questão de ressaltar que era baiano e distinguir suas raízes africanas. Foi intelectual muito crítico do que se produzia academicamente na sua época sobre a questão do negro, onde estava presente o “tema do negro” mas não a “vida do negro”. Foi ativista do movimento negro, tendo colaborado com o jornal Quilombo e com o Teatro Experimental do Negro, onde coordenou o Instituto Nacional do Negro. Guerreiro Ramos teve papel destacado no ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), teve papel fundamental na elaboração nacional-desenvolvimentista, onde foi diretor do departamento de sociologia entre o segundo governo de Getúlio Vargas (de quem foi assessor) e o governo de João Goulart. Como membro do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) foi responsável (1952) pela primeira pesquisa realizada no Brasil sobre o padrão de vida dos brasileiros. Participou também da Delegação brasileira à Assembleia Geral da ONU em 1961. Na vida político-partidária, foi filiado do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), participando de seu diretório nacional. Em 1962, foi eleito segundo suplente de deputado federal, assumindo o mandato em agosto de 1963 e fazendo parte da primeira lista de cassados pelo golpe de estado de 1964. A proposta de mesa deve contar com a presença do professor Nildo Ouriques (UFSC), estudioso do autor, que estará lançando reedição de uma de suas obras. (Observação: tenho dúvida se este tema esta adequado a uma “mesa Temática” ou a outro título).