Local: Auditório 2 (PAF V)
Resumo: A saúde de pessoas trans, incluindo travestis, mulheres transexuais e pessoas cuja identidade de gênero difere das expectativas sociais, tem finalmente recebido crescente atenção mundial, como mostram relatórios de alguns países, inclusive do Instituto de Medicina dos Estados Unidos em 2011(1), e a recente Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais no Brasil. (2). E dados publicados fora do Brasil demonstram que esta população apresenta necessidades de saúde específicas e importantes. Além disso, pessoas trans podem apresentar uma combinação de vulnerabilidades, tais como: condições socioeconômicas desfavoráveis (quando sua identidade de gênero aparece interseccionada a um contexto de pobreza e escassez de recursos), práticas de transformações corporais sem acompanhamento médico (uso de hormônio e silicone), práticas sexuais de risco (sobretudo aquelas que trabalham no mercado do sexo), estigma, discriminação e violência decorrentes da sua identidade de gênero (transfobia). Observa-se uma escassez de estudos interdisciplinares com métodos mistos entre pessoas trans abordando temas importantes para a promoção da saúde. Portanto, a proposta desta mesa redonda é produzir um espaço de discussão e debate interdisciplinar, que agregue diferentes áreas e métodos (quantitativo e qualitativo), sobre situação de saúde, discriminação e direitos humanos entre pessoas trans. Destaca-se que o estigma, a discriminação e as questões dos direitos humanos são considerados barreiras importantes para a promoção da saúde dessa população. Finalmente, nesta mesa, espera-se agregar também estudos e reflexões sobre avanços e limites no processo transexualizador no SUS, a (des)patologização da transexualidade, acesso a serviços de saúde, assim como prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST), discutindo as novas tecnologias de prevenção – a prevenção combinada – incluindo a profilaxia pré-exposição(PrEP) e pós exposição ao HIV (PEP).